A Gabriela da minha memória. A cabocla paranaense-carioca que é por demais a Bahia, tal
como Jorge Amado a sonhou, é tão bonita quanto a canção de Tom. Sônia
Braga, sempre Gabriela!
Tema de Amor de Gabriela (Tom Jobim)
"Chega mais perto moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol
Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nessa vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval
Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor"
segunda-feira, 18 de junho de 2012
São João
Na minha infância, o São João (esse Santo sempre determinou o conjunto junino que seria também de Antônio e Pedro) estava dentro de mim. Volto com minhas memórias meninas a minha cidade natal: o cheiro das comidas de milho, as fogueiras e o forró pé de serra, que me acaricia o coração com seus versos simples de uma belezura profunda, são muito em mim. Nem mesmo a artificialidade e industrialização de um Parque que, afinal, é do Povo, com alguns sons inoportunos que em nada, de riqueza melódica ou lírica, enfeitam meus ouvidos e olhos com uma cultura que seja minha, que seja eu, consegue apagar a força do São João que vive dentro das minhas lembranças. Salvam-me Antônio Barros e Cecéu, Marinês, Biliu de Campina a pandeirar como Jackson, Os Três do Nordeste, Amazan, Flávio José, que criam e reproduzem as canções dos mestres de nossa cultura. Esses ecos me benfazejam o que sempre se destinou em mim. O corpo desenha com a memória os passos das quadrilhas de menino na cidade que em muito ainda é minha. O São João ainda está dentro de mim.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Kim Phuc
Hoje é o aniversário de 40 anos de um dos mais fortes registros da
chamada "Guerra do Vietnam"... A menina de 9 anos, Kim Phuc, corre em
desespero após ter sido atingida pelo bombardeio de Napalm, enquanto é
indiferentemente observada por soldados
norteamericanos. A imagen captada por Nick Ut em 08 de junho de 1972
correu o mundo como uma denúncia da insensatez daquela guerra. Recebeu o
prêmio Pulitzer de fotografia. Lembrar para não esquecer. Histórica!
domingo, 3 de junho de 2012
O Anjo de Chuva
Sou aos pedaços, inacabado. Às vezes me movo
como caranguejo no mangue ou como leão na savana. Deveria ter enlouquecido aos
17, quando tudo era (mais) permitido. Mas acaricio a maturidade com olhos por vezes descuidados
e muito atenciosos. Olhares que devoram ruas, praças, corpos e cidades com as
mesmas articulações dos dedos que esmagaram o silêncio da boca. Junto significados
e experiências na fenomenologia antes impossível. Acender a luz e apagar o
quarto. Maravilhar-se sempre. Mesmo com a chuva, a dor e a alegria que molham a janela de
um sábado sem sol.
Imagem de autor desconhecido, mas que guarda total semelhança com o anjo que ontem pousou na minha janela...
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