quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ela

Os olhos plenos e amendoados. A tez morena, intensa cor-de-telha. Os lábios rosadinhos de viver. De todos os cheiros que existem e existiram, o seu acentuava a necessidade de uma nova palavra que definisse essa tenuidade entre inebriante e enlevador. Entre todas as travessuras e arvoredos que trepei desatinado em minhas idades-pequenas, Ela permanece o gostinho pecador daquela infância. Apraz-me imaginar que ocupa sonhos outros, adultos, muitos: desejos demais e amores de menos para um só homem... Nunca lhe senti ou sentirei a convulsão rítmica do corpo, mas posso amar de mil modos a sua lembrança em mim.

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