Tu, que não sabes da missa um terço,
Não penses que a vida é de milagres
Ou de santos-anchieta
A vida é feita é de (do) concreto
Segue reta e áspera
Lâmina cortante dos dias
Mas tem uma suavidade
Que por vezes lembra a seda
"Olhai os lírios do campo"
Mas não deixe de provar o sangue
Que a rosa te dá ao dedo
Vermelho e doce
A vida, meu caro, minha cara,
É um jardim
Com segredo de flores
E cochichar de dores
Onde depositas tua coragem e teu medo
Até que se finde o teu último desejo.