sábado, 2 de novembro de 2013

Cimento e reboco

O que passou não volta mais... Como assim? Deixa disso, menina. O que "passou" fica guardado. Nem foi nem volta. Fica aqui dentro, um pedaço a mais na construção que somos cada um de nós. Mania essa de se pensar um saco furado, por onde tudo passa ou se perde, atravessa ou se extravia. Somos feitos do cimento de nossas alegrias e tristezas incrustadas na carne fria ou na alma quente. E é assim que tem que ser. Tijolo por tijolo e tudo por dentro é reboco.


Um comentário:

  1. Bom dia caro Clístenes! Levei seu texto “ cimento e reboco” ontem para aula, e foi tocante e prazerosa toda a discussão. Permita-me postar o texto de uma aluna!
    “A morte é um silêncio profundo que abriga escuridão. Como tudo na vida, ela é o fim, mas também é início. Quando se morre é iniciado um novo processo, e nele tudo que compõem a matéria apodrece e, consequentemente, já era a carcaça do cidadão. Os bichos que devoram a carne nada sentem, nem o mau cheiro inalado, nem o gosto putrefato, muito menos a dor de quem levou a alça do caixão. Uma parte dos meus neurônios imortais se negam a acreditar nisto, e aceitar que todo tesouro que construímos, enquanto SERES HUMANOS, está realmente tudo tatuado apenas carne, que somos apenas arquivos salvos em papéis esperando as letras serem desconstruídas, uma a uma. “ Pollyana Batista.

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