sábado, 27 de abril de 2013

Ariadne

Entre tuas mãos, como uma dança com o fogo. Entre tuas ancas, a vida por um triz se desfaz e se refaz. Movem-se lenta e rapidamente, as nuas pernas tuas. A um passo do abismo infinito do teu hálito de mato, afago as bruxas na tua bruma de pelos, escura noite sem lua onde deito e durmo meus medos. Eu, perdido Teseu, recebo tua espada e fio, como se ainda houvesse caminho de volta para esse irremediável labirinto. 

Ariadne e Teseu, pintura francesa do século XIX

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