sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Casas Bahia

Suor. Tinha acordado molhada, ofegante, em desespero de causa e de vida. Foi um sonho sem precedentes, dos mais inquietantes, delirantes, que ela já havia ousado sonhar. Nesse mundo onírico, ela sempre fora mais permissiva que na vida cordata, acordada, que lhe enquadrava ornamentos e comportamentos. Acordara assustada com as possibilidades desse devaneio... Dava arrepio na espinha e cócegas no estômago. Fazer um upgrade, isso, sim, era o que queria quando o suor ainda lhe escorria pelo corpo, com o cobertor grudado nas pernas úmidas e a boca seca de água e desejo. Levantou, tomou seu café de toda manhã. Decidiu não mais sonhar. O desejo morria em suaves prestações.

A Jovem Adormecida (Pablo Picasso, 1935)

Nenhum comentário:

Postar um comentário