Foto: Carllos Bozeli |
O peso e a brutalidade do esforço se entregam na mesma agonizante tarefa.
O corpo humano, frágil, se maltrata no trabalho que apenas à máquina caberia.
Não há poesia na lida.
Não vemos aqui um Sísifo Feliz a alimentar-se da sua tragicidade consciente.
A vastidão das canas a cortar esmaga a lógica, soterra a esperança ante o
torturante e infindável trabalho imposto por deuses vingativos.
Alguns morrem por infarto.
Outros por desesperança.
Olhei-lhes os olhos, as mãos sujas e calejadas de onde escorrem meu açúcar,
meu álcool e meu esquecimento ante sua invisibilidade de homem-coisa.
Tem-se a pedra e Sísifo quer erguê-la ao topo do mundo.
Tem-se o facão e esses seres do canavial cortam a própria carne, o vazio, o inexistente, o absurdo.
Quando se faz sua alegria? Que paixões os moveriam a cada solfejar da lâmina inglória?
Ser superior ao destino é pretensão de mito grego...
O corpo humano, frágil, se maltrata no trabalho que apenas à máquina caberia.
Não há poesia na lida.
Não vemos aqui um Sísifo Feliz a alimentar-se da sua tragicidade consciente.
A vastidão das canas a cortar esmaga a lógica, soterra a esperança ante o
torturante e infindável trabalho imposto por deuses vingativos.
Alguns morrem por infarto.
Outros por desesperança.
Olhei-lhes os olhos, as mãos sujas e calejadas de onde escorrem meu açúcar,
meu álcool e meu esquecimento ante sua invisibilidade de homem-coisa.
Tem-se a pedra e Sísifo quer erguê-la ao topo do mundo.
Tem-se o facão e esses seres do canavial cortam a própria carne, o vazio, o inexistente, o absurdo.
Quando se faz sua alegria? Que paixões os moveriam a cada solfejar da lâmina inglória?
Ser superior ao destino é pretensão de mito grego...
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