quarta-feira, 2 de maio de 2012

Para Belchior


             Onde estás, poeta louco? Eu te pergunto: Blackbird? Blackbird? E tu respondes: Assum Preto, Assum Preto... Teus versos na voz agreste são de cortar a carne e a memória ("E vou viver as coisas novas que também são boas, o amor, humor das praças cheias de pessoas, agora eu quero tudo, tudo outra vez"). Sim, "Meu pai na cabeceira, minha mãe me chama, é hora do almoço", mas quero mesmo é pisar o Empire State com as sandálias de couro que comprei lá no teu Sobral... Mundo globalizado, mas a aldeia continua nossa, poeta doido. Por isso, nem sempre "um tango argentino me cai bem melhor que um blues", caro Antônio Carlos. Que medicina que nada!! Saíste foi cantando que "o passado é uma roupa que não nos serve mais". Se tivesses nascido nos States, serias um Ginsberg tocando o violão de Dylan... Sorte minha, nascestes no Ceará, e entendes o cerne do cerne do cerne do cerne do cerne do cerne da questão...

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